Manu já é chamada de Lady Gaga do Pará |
Forró Dicumforça – Conhecemos a Manú na Banda da Loirinha, mas você deu o pontapé inicial bem antes em Maceió, conte-nos um pouco sobre sua trajetória.
Manu – Comecei a cantar aos 9 anos de idade, desde criança tinha o sonho de me tornar cantora e ser referência, porém, na minha vida as coisas sempre foram acontecendo naturalmente, aos 14 anos recebi o primeiro convite para cantar profissionalmente numa banda de forró em Maceió (AL) e aceitei o desafio, foi aí que iniciei a minha história no mundo da música.
FD - Em 2005 você passou a integrar a Banda da Loirinha em Recife (PE), na época o ritmo calypso estava no auge e você vinha fazendo um trabalho voltado para o público do forró, como foi a sua adaptação ao novo ritmo?
Manu – Na Banda da Loirinha tive um presságio do que estaria a vir pela frente (risos), na época não pensei duas vezes em aceitar o desafio, primeiro pela oportunidade e segundo porque sou muito ousada, gosto de experimentar coisas novas. No início foi bem difícil para poder pegar o ritmo de cantar e dançar em todos os shows, com coreografias, acrobacias e o mais importante: um público exigente. Com o tempo me adaptei e vi que realmente era aquele perfil que eu iria adotar e seguir adiante na minha carreira.
FD - Do forró você passou para o ritmo calypso, e em 2009 largou o Nordeste e foi paraBelém do Pará cantar um ritmo relativamente novo, o tecnomelody. Como você administrou essa mudança drástica na carreira?
Manu – Na Banda da Loirinha pude conhecer um pouco mais da cultura da região Norte. Fazíamos muito shows pelo Pará, Amapá, Roraima e Maranhão, que apesar de ser Nordeste tem muita influencia da cultura nortista. Também na Banda Loirinha conheci meu marido Flávio Miranda que divide os palcos comigo até hoje e é Paraense de coração. Acabamos saindo da Loirinha, me mudei para Belém e montamos nosso próprio projeto, a Banda Batidão.
FD – A Banda Batidão teve uma aceitação imediata na região Norte, em menos de um ano vocês começaram a fazer shows em vários estados, em sua opinião a que se deveu essa identificação direta do público?
Manu – A Batidão foi montada sem grandes pretensões, eu e meu esposo tínhamos a ideia de montar um projeto no tecnomelody voltado mais para o lado romântico, com letras bacanas diferenciando do que as demais bandas vinham fazendo, sem fugir da realidade do mercado. Então sentamos com alguns compositores parceiros, amadurecemos a idéia e chegamos ao ponto exato do que viria a ser a Batidão. A cada CD que lançamos, levamos de 4 a 8 meses apenas selecionando músicas. A meu ver o sucesso se constitui por uma série de talentos que se unem e desenvolvem um trabalho consistente. No meu caso temos parcerias com bons compositores, temos uma grande preocupação com o repertório e acima de tudo temos respeito com nosso público.
FD - Algumas músicas gravadas primeiramente pela Banda Batidão chegaram ao Nordeste através de bandas de forró, como foi o caso de “Como num filme” pelo Forró Sacode, “Apaixonada” pela Garota Safada e a recente “Lembrei de Você” através do Forró Real, o que você acha das famosas ‘regravações’ em CD’s promocionais?
Manu – Em tempos de CD promocional, a partir do momento que temos a liberação do compositor e gravamos um CD com faixas inéditas ficamos expostos a esse risco. Em nossos CD’s a prioridade é um repertório inédito, em 2 CD’S que lançamos e no nosso 3º que está pra sair, fizemos pouquíssimas regravações. Do ponto de vista regional, é um objetivo da Batidão para 2014 ampliar os horizontes e levar nossa música para regiões em que nossas músicas chegam através de outras bandas, já sobre as regravações fico feliz em saber que outras bandas trabalharam essas músicas, pois é um sinal que fizemos boas escolhas para o nosso repertório.
FD – Nos últimos anos você veio se destacando não só pelo talento como também pela forma ousada de se apresentar nos palcos, com performances, figurinos ousados e muita sensualidade, chegando até a ser chamada de “Lady Gaga do Pará”, esse tipo de comparação incomoda?
Manu – De forma alguma. O artista tem como missão entreter seu público e levar para eles o melhor de sua arte. Quando subo ao palco levo a Manu cantora, que é bem mais abusada que a Manu pessoa (risos). Pesquiso muito sobre figurino e a Lady Gaga é uma das minhas referências, não poderia me chatear em ser comparada a um ícone do pop mundial.
FD – Para finalizar como você vê o cenário musical do Norte/Nordeste atualmente?
Manu – Muitas bandas têm surgido, novos talentos revelados e artistas regionais com uma carreira já consolidada se destacando em mídia nacional, como é o caso da Ga Amarantos. Isso é ótimo porque dá força a nossa bandeira, hoje vejo os artistas serem respeitados dentro de sua própria ‘casa’, coisa que até um tempo atrás não acontecia. Graças a Deus a Batidão está se enraizando, chegamos ao nosso quarto ano e estou muito feliz com tudo que o Senhor vem feito na minha vida!.
Para Conhecer um pouco mais sobre o novo trabalho da Manu -http://www.bandabatidao.com.br/
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